Hospital Leonor Mendes de Barros

Em 10 de junho de 1947, Dona Leonor Mendes de Barros, no Palácio dos Campos Elíseos, fundava a Bandeira Paulista Contra a Tuberculose, inspirada pela comoção que sentia ao passar férias regulares em Campos do Jordão, com seu marido Adhemar de Barros e os filhos, com a deplorável cena de doentes dormindo nas vias públicas, com fome e padecendo de frio.
Então ela tevev à ideia, em perfeita sintonia com a comunidade jordanense, de construir um abrigo onde os tuberculosos carentes, que não dispunham de qualquer recurso para custear o tratamento, pudessem ser recolhidos e assistidos.
Graças aos esforços de Dona Leonor e à mobilização das autoridades e do povo jordanense foi possível inaugurar o Abrigo Leonor Mendes de Barros, em 15 de novembro de 1947.
Com o correr dos anos, os pavilhões começaram a ceder, os alicerces a ruir e as instalações a envelhecer, o que levou Dona Leonor a convocar suas companheiras da Bandeira Paulista Contra a Tuberculose, para realizar seu grande sonho, a construção de um novo Hospital.
A Bandeira Paulista recebeu logo a doação de um terreno do Conde Francisco Matarazzo Júnior. Assim, graças à grande campanha desenvolvida, que mobilizou recursos da União e do Estado, além de doações da indústria paulista, donativos do comércio e de benfeitores particulares, foi possível, em 8 de março de 1975, ser inaugurado o Hospital Leonor Mendes de Barros, localizado na entrada da cidade de Campos do Jordão.
Após a morte de sua fundadora, em 09 de maio de 1992, o Hospital foi dirigido por seus filhos, Maria Barros de Figueiredo Ferraz e Adhemar de Barros Filho, atualizando-o em seu aspecto gerencial e tecnológico. Em Assembleia Geral, realizada aos 27 de setembro de 2004, o Hospital Leonor Mendes de Barros foi doado em comodato à Sociedade Beneficente São Camilo.

Inserção do Hospital no SUS

O Hospital Leonor Mendes de Barros, da Sociedade Beneficente São Camilo, faz parte integrante do Sistema Único de Saúde por meio do Convênio nº136/2022 SP Sem Papel nº SES PRC-2022-31227. Na condição de hospital de retaguarda de Tuberculose para os municípios do estado de São Paulo, sua área de atuação predominante é na especialidade de Tisiologia, que está inserida no Programa de Controle da Tuberculose do Centro de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que é responsável pelo monitoramento dos indicadores epidemiológicos, provisão de medicamentos, outros insumos, treinamentos e assessoria técnica. Esse Programa, também, atua com os municípios, que são responsáveis pela assistência do tratamento ambulatorial da Tuberculose, por meio da Central Reguladora de Leitos da DRS XVII – Taubaté.
A Instituição conta com 136 leitos destinados ao tratamento da Tuberculose, sendo todos do sexo masculino e normalmente conta com cerca de 130 a 136 pacientes. A unidade oferece atendimento em regime fechado e tratamento multidisciplinar, como Odontologia, Psiquiatria, Psicologia, Fisioterapia e Assistência Social.
Os pacientes são em sua grande maioria oriundos dos municípios de São Paulo e da Baixada Santista e permanecem na unidade cerca de seis meses, sendo dois meses em isolamento e, posteriormente, apresentando condições físicas e emocionais, participam da prática de atividades.
Para além dos leitos destinados ao tratamento de Tuberculose, o Hospital possui 16 leitos psiquiátricos, também em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, e outros 10 leitos para Clínica Médica, esses destinados a pacientes particulares e de convênios médicos.

Projeto sociais e de humanização

• Capacitação técnica 
  Participação permanente em cursos e congressos, tendo como prioridade a educação continuada dos colaboradores.
• Atendimento psicológico 
  Atividade destinada ao paciente recém-chegado, com entrevista motivacional e escala de motivação, que se caracteriza como processo dinâmico, segundo o modelo transteórico desenvolvido por Prochaska e Diclement (1983). Esse modelo descreve os estágios de mudança comportamental por meio dos quais o indivíduo “transita” de forma não linear, estando em tratamento ou não. Tais estágios são: pré-contemplação, contemplação, determinação, ação, manutenção e recaída.
  Com base nos critérios que a objetivaram, a entrevista em saúde mental pode-se classificar quanto aos seguintes objetivos:
  a) Diagnóstica – Visa estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do paciente, bem como as indicações terapêuticas adequadas. Assim, faz-se necessária uma coleta de dados sobre a história do paciente e sua motivação para o tratamento. Quase sempre a entrevista-diagnóstica é parte de um processo mais amplo de avaliação clínica que inclui testagem psicológica que permite identificar o estágio da mudança em que o paciente se encontra.
  b) Psicoterápica – Procura colocar em prática estratégia de intervenção psicológica nas diversas abordagens para acompanhar o paciente e esclarecer suas dificuldades, tentando ajudá-lo a solucionar seus problemas.
• Projeto Sorridente 
  A assistência odontológica no cuidado ao paciente da Tisiologia do Hospital Leonor Mendes de Barros tem como objetivo cuidar de sua saúde bucal durante o período de sua internação (que dura seis meses ou mais), a fim de minimizar o risco de infecção, diminuir morbidades decorrentes da terapia, colaborar com diversos diagnósticos, diminuir indicação de alimentação parental, restabelecer a função mastigatória, reduzir o uso de medicamentos sistêmicos, diminuir tempo de internação, e melhorar a qualidade de vida do paciente, proporcionando-lhe atendimento completo, com impacto clínico, econômico e social.